Publicado  terça-feira, 16 de novembro de 2010

MENTES QUE MENTEM

Meio tresloucado,sentimento batido,agonizado pela democracia ditatorial vigente,busco respirar na poluição da política brasileira. É tudo meio cinzento,manhã roxa. Cachorros voam,aves mijam nos postes. Está tudo ao contrário. Cuspiram na minha esperança.
Por todo o caminho que vem sendo idealizado pelos nobres petistas,a contemporaneidade sugere um falso gostar-de-si,de felicidade momentânea,e do parecer-tudo-bem. É tão pífio quanto pensar que não haverá mais escândalo. Ou que por ser uma mulher no poder,acharem que o país será uma grande máquina de lavar ou um fogão de 4 bocas. No máximo,ferro de passar. E eu esperando que tudo passe logo.

Como saímos destas eleições? Qual a herança de governo que teremos? Pausa.Herança? Deste governo? Estamos ricos,tanto de grana pública como de vagabundagem.
A diferença inteira,está na verdade.Deveria ter acusações de um candidato ao outro,sobre os podres de cada? Não! Não deveria haver podres. Esta verdade estuprada, sofre inúmeras traições. A verdade que foi torturada,apunhalada,mastigada,engolida a seco,calada,pelos marginais de terno. A verdade é um concreto levantado por mentiras. O hipócrita brasileiro,ganhando bolsa família- esmola,feliz,com cartão de crédito,comprando como gente rica,não sabe que, enquanto o governo cala o bolso e a boca dele,surrando suas palavras de bom senso, o chiqueiro tem mais lavagem-dinheiro,mais,mais e mais! A tradição do erro,percorre nas veias do país. O pensar-cultura,é o pensar-favorecimento.
Precisamos ser. Ser algo além do algum. Sermos mais informais,mais irresponsáveis democraticamente. Precisamos ser e não ter. Queremos ver o rei sentado com a bunda na coroa,queremos assistir como em um palco de comédia,a vida rir dos que nos subestimam.Queremos,mas antes,precisamos ser. Ser honestos como nosso voto,sermos idealistas,e não comodistas do erro alheio. O erro também é nosso. A culpa,é nossa,mesmo o pecado sendo deles ( políticos,palhaços,hoje,é o mesmo picadeiro). Ser contradição,quando o correto for nulo e errôneo. Subtrair do eu para somar ao nós. Multiplicar e não dividir. Se não formos um pouco vagabundos democráticos no meio da corja,nem moeda mereceremos.
O insistente problema,é que no meio de tudo,sou um ponto. Um parágrafo lido e adormecido no fundo do sofá. E fico por lá,num grito mudo,esperando o outro domingo chegar. Um ponto único,órfão de ajuda letrista,patriota de suas convicções.Rebelde. Armado com dez dedos e um teclado letrado,prontos para as próximas eleições ou para encher de digitais a cara de qualquer porco que tente me corromper. Prefiro ser neutro a ser podre. Por este motivo,não entendi,nestas eleições,o apoio de certos artistas. Até que o passado de luta contra a ditadura,contra o silêncio da melodia,os reverenciava como pilares da sociedade que guerreou cantando poesias.
Politicamente,Buarque, virou Chico-Qualquer. Chico da Dilma. Eu diria “ precisamos ser Chico Buarque poeticamente,mas não precisamos ser como ele politicamente”. E numa heresia mortal,uso de sua letra,a face do seu comportamento: “ ...e na bagunça do teu coração,meu sangue errou de veia e se perdeu...”. Buarque se perdeu nas veias podres do país junto a outros artistas. Respeito sem respaldo.
Frise-se bem: Não é porque uma estrela domina um céu,que o mesmo perderá todo brilho. Lutem mentes abertas,lutem.



Phelippe Duarte

0 comentários: