Publicado  segunda-feira, 29 de novembro de 2010

CRÔNICA MARIA: A ATREVIDINHA DO DOMINGO QUENTE


Nelson Rodrigues voltou. O escritor das estapafúrdias e líricas crônicas sexuais,é um Paulo Freire educador, perto do seriado altamente educativo da TV Globo, As Cariocas. Não,não foi escrito por Nelson Rodrigues e nem tem a benção educacional de Paulo Freire. Observa-se a subserviência à prostituição da educação. Esta é a ligação de dois ícones, na definição do seriado estúpido da emissora.
A audiência para certos programas,redefine a cultura da TV brasileira. O programa Profissão Repórter,com Caco Barcelos, é exibido depois da série,o que demonstra a fixação dos brasileiros pelo sexo,pelo mistério,pelo interesse na vida fictícia. Caco Barcelos fica com a sobra,a minoria que espera o seu programa,enquanto vê a Desinibida do Grajaú,fazendo o bem para os pudores pessoais e ex-íntimos. Acabou a privacidade. A nudez chega a sua casa sem assinatura. Só basta comprar uma TV. “Mude de Canal”,dirão os indecisos. Mude de canal? Todo canal é que deve oferecer entretenimento sério e não vender a ideia,de que a mulherada anda louca pra enrijecer o vizinho gostosão ou o jardineiro suado.
Toda arte é válida. Seja a nua,a inconsequente,ousada,a etc ou a tal. Arte será sempre arte,ao que se descarte alguns trabalhos inapropriados. As Cariocas,poderia ser um box de DVD,vendido para maiores de 18 anos. Pronto. Resolvido. Mas ninguém se atenta. Depois da prostituição da política,o programa agora é ver nudez na TV. Vemos bundas,é gostoso aos olhos? Somos bundas moles! A emissora lucra com nossos desejos promíscuos. Está errada? Não. Mas deveria ter limites. E nem preciso falar do que vem em Janeiro,pela décima primeira edição. Estão fazendo até boneco de ex-brother.Quem ganhou versão foi o tal do Kadu e a próxima é a tal da Cacau,e vem o lançamento do Eliéser,Eliesér,sei lá. Querem corromper as crianças. Meu Deus,cadê o Ken??? Barbie??? Mickey??? Donald??? Vamos lutar bonecada! A sensação é desesperadora. O ambiente é desfavorável. Casas de família,sendo invadidas pelo ET da deturpação mental. No sofá,o pai não vê o jornal,a mãe não vê mais programas sociais,os filhos não veem mais desenhos. Esperam ansiosamente os episódios ou reprises de Alice, A Suicida da Lapa ,Celi, A Vingativa do Méier, Clarissa, A Atormentada da Tijuca, Cris, A Invejosa de Ipanema ,Gleicy, A Internauta da Mangueira ,Júlia, A Adúltera da Urca ,Maria Teresa, A Traída da Barra ,Marta, A Iludida de Copacabana ,Michelle, A Desinibida do Grajaú ,Nadia, A Noiva do Catete...
Não se espantem,se o episódio final,for: Geisy Arruda,o Vestidinho Depravado da UNIBAN. Mulheres se espalham nessa ideia tentadora de desejo primitivo? Minha sanidade não é tão imbecil. Claro que temos a sexualidade exposta em todo lugar. Mas alto lá! Não é porque a cultura televisa está perdida ou que os brasileiros adoram dar uma espiadinha,que nós devemos abraçar esse estilo Nelson Rodrigues de ser. O grande escritor que foi,admitia ser pornográfico. Suas peças e crônicas foram aclamadas. Paulo Freire,um exímio educador,pensador raro,também fora aplaudido. Ao que se estabelece,a divisão do nome pornografia,no pornô de Nelson e na grafia,de Freire. E vemos prevalecer a pornochanchada. As Cariocas,seriado que desnuda a vitalidade humana,acredita ser o renascimento de uma teledramaturgia que de tão monótona,precisaria de uma novidade sexual. Os Brasileiros (vulgo nós),seriado de comédia,enaltece tal nudez,destacando-se a frase imposta às nádegas: “ Invejo a burrice,porque é eterna”. Esta afirmativa? Nelson Rodrigues. “Que tal a gente se vestir de inteligência?” Esta interrogativa? Eu,O Antiprostituição Televisiva do Juçara.
Phelippe Duarte

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