Publicado  sexta-feira, 25 de março de 2011

ARIGATÔ POR MORAR EM IMPERATRIZ

Aqui em Imperatriz,chove tanto que incomoda. Ruas ridiculamente acabadas pelos estragos que a natureza faz.Crateras que se abrem no meio da cidade.O asfalto não existe na veracidade da chuva. O povo reclama da chuva,pisa em poça,xinga o prefeito,detona o secretário de infra-estrutura. E Imperatriz,mesmo com seus buracos,seu povo mal acostumado e suas limitações urbanas,sobrevive. Assim como seu povo que,se não sabe dizer obrigado,deveria dizer arigatô.  
Ishinomaki, na Província de Miyagi, nordeste do Japão, praticamente não existe mais. A cidade portuária, em que viviam cerca de 160 mil pessoas, foi varrida pelo tsunami da semana passada, e cerca de 10 mil moradores ainda continuam desaparecidos. Até agora, perto de 2 mil foram confirmados mortos. E eu achando ruim porque ontem,enganado pela poça,cai num buraco e molhei um pedestre. Não,ele não era japonês.
O Japão comove o mundo inteiro. Após a Segunda Guerra Mundial,o Japão saiu arrasado. As bombas nucleares de Hiroshima e Nagasaky,sucumbiram o país à pó,ossos,fome e destruição. Desde então,os japoneses mostram sua força em se reconstruir,em reerguer sua economia,sendo uma das potências mais fortes do planeta. Mas desta vez,não foi uma arma nuclear. Não foi um homem bomba ou um avião de elite. A força da natureza pegou um país que julgava-se preparado.Mas não há preparo para o inesperado chamado tsunami.
Crianças espalhadas pelas ruas,esperam seus pais nas escolas,ou em abrigos,seus novos lares.Os pequenos japoneses,não tem a consciência de que seus pais nunca mais aparecerão e que qualquer sinal de vida,só virá do corpo de bombeiros. A situação é caótica. E você reclamando,que a cidade está horrível de morar.
 Não comparo Imperatriz ou Japão. Até solicitariam minha internação,se fosse o caso. Queria fazer algo,mas escrever nesse canto,ainda é o pouco que posso. E que não ajuda em nada.Por lá, a população fez um minuto de silêncio em memória das vítimas do terremoto e do tsunami e as equipes que trabalham na busca por corpos começam a suspender, aos poucos, o trabalho, concentrando-se obrigatoriamente,na reconstrução das cidades. Em pouco tempo,há de se ver muito,perto do que foi destruído. Veja bem: os prédios voltam,as pessoas não.O valor que se dá aos bens materiais,por vezes,não é tão errôneo?
De acordo com a agência de notícias Kyodo News, as equipes de resgate já encontraram 26 mil sobreviventes nas regiões mais afetadas pelo desastre.Segundo as autoridades japonesas, perto de meio milhão de pessoas estão em refúgios. Outro fato a ser esclarecido,é que a lei do Japão no controle da natalidade,talvez terá de ser revogada.O país está escancarado,e as pessoas sentem medo. Reprodução humana será o menor dos problemas. O Imperador do Japão, chamado Akihito, que age apenas como figura simbólica na  política atuante do país,teme por sua Imperatriz. Nossa buraqueira? Ruas entrevadas? Estacionamento que não tem estacionamento? O controle de natalidade,seria interessante aos veículos daqui. O Japão irá nascer de novo. E o Imperador,não é imperatrizense não.Michiko,é o nome da sua Imperatriz.


Phelippe Duarte

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