Publicado  segunda-feira, 16 de agosto de 2010

ETERNAMENTE, OLÍVIA


Naturalmente, percebendo o lado mais nostálgico de uma história de família,escrevemos derradeiros textos e sem o sentido breve para sermos breves. Recorrer ao passado é na maioria das vezes,um sentimento hipnótico perversivo( por remoer a dor),meio antológico pelo causo e distinto,em partes mais eloquentes.
Posso começar de um pé de árvore,conhecido como Oliveiras. São árvores baixas, de tronco retorcido.De seus frutos,as azeitonas,foi extraído o azeite,que acabou sendo usado como unguento,combustível ou alimento. E por todas as suas utilidades,esta árvore tornou-se venerada por diversos povos. O comércio então,do azeite de Oliva,prosperou. É notório relembrar,que as árvores das Oliveiras,as atuais,devem ter mais de 2.500 anos de idade. Aonde quero chegar?

Árvores são como grandes mães,que geram frutos e vivem florescendo,regadas pelo respeito e reconhecimento que fazem de nós,meros galhos.A família Cortez Moreira,é representada maternalmente,pela árvore Olívia. Uma árvore forte,com tronco de guerreira. De seus frutos,17 filhos,foram extraídos os maiores dons de bondade e sabedoria,de sua genitora. Sendo usado para promover o amor entre a família e a quem mais precisasse. Por todas suas utilidades,Olívia Cortez Moreira,tornou-se venerada por todos nós.Lembremos,que no último dia 11 de agosto,ela completaria 100 anos de vida. Casou com ex-prefeito de Imperatriz Simplício Alves Moreira, e ao seu lado, acompanhou o desenvolvimento de Imperatriz e a luta do esposo para construir uma cidade que enchesse os olhos de seu povo. A contribuição dela como mulher e esposa,foi fundamental para acalmar Simplício nos dias mais difíceis. Após sua morte em 1967,Olívia cuidou de todos os filhos,sem perder a coragem característica de sua personalidade,qualidade esta,também herdada pelos filhos,netos e bisnetos. Fez parte da 1ª turma da Escola Santa Terezinha,o que fez perpetuar em seguida,os estudos de maior parte da família na mesma instituição de ensino.
Quando buscamos a história de grandes homens,esquecemos que eles são frutos de grandes mulheres. Falar de Simplício Moreira é simples. Falar de Olívia Cortez Moreira,é como tirar azeite de pedra. Porque mulheres como ela,que nunca se esconderam atrás de ninguém,criam a própria sombra,escrevem seu nome na vida de várias pessoas,e diferenciam-se tão bem dos outros,que o mínimo e o melhor, de uma lembrança nascida do convívio,dignifica nossa privilegiada existência.
Você já observou uma árvore,independente das estações? Ela respira por você. Suas folhas,seus frutos e sua continuação abaixo da terra,que lhe carregam sem a sua percepção,é que preenchem seus poros de luz e amor. Marcam dentro do seu peito,como é marcada por corações adolescentes,que rabiscam em seu tronco os seus nomes e sobrenomes,pois sabem que uma árvore,é eterna. Olívia Cortez Moreira,deixou marcado em sua família e em todos que a conheceram,uma raiz extensa de fé e perseverança. Conquistou mesmo quando a derrota atormentava. Sorriu quando tinha que chorar. Cuidou,quando tinha que ser cuidada. Nascida na longínqua Fazenda Repartição, no Maranhão,em 1910,partiu,em 7 de janeiro de 1993,aos 82 anos.
Olívia é como a folha das Oliveiras, o que significa que nunca perde totalmente a sua folha,diga-se força. As folhas mais velhas, vão caindo ao longo dos anos. São pequenas, simples e luzidias,verdes e acinzentadas na frente, e de um cinzento prateado e brilhante por trás. Uma eterna árvore de estrela, que toca o céu da eternidade. Assim será sempre Olívia,mãe Olívia,vovó Olívia,bisa Olívia.100 anos.
Ontem,hoje e amanhã,a família Cortez Moreira,minha raíz forte, transforma saudade,em aplausos.



Phelippe Duarte

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