AFASTA DE MIM ESTE CÁLICE
A democracia e a expressão de liberdade no Brasil,ofereceram-me um vinho Década de 70. Tinto,avermelhado,cor de sangue. Safra de silêncio,de gosto meio torpe,quiçá saliva de pó de uva. Chico Buarque avisa-nos no rótulo: É um cálice que torna o paladar mudo,pelo sabor de prévia censura,que meticulosamente,procura nossos lábios.
Estamos chegando a um ponto obscuro do jornalismo político,sendo ele humorístico ou mais abrangente,atingindo uma camada mais popular. A lei eleitoral,está proibindo emissoras de TV e rádio de usarem recursos de áudio e vídeo que de qualquer forma,degradem a imagem do candidato,partido ou coligação. A multa pelo descumprimento da lei é de até R$ 106 mil reais,valor que dobra em caso de reincidência. Para melhorar a situação,Lula está buscando deixar como legado de expressão,uma cartilha de censura,que estará tramitando no Congresso Nacional a partir de 2011,uma pequena herança para o futuro presidente. As normas da velha ditadura,para o novo presidente. Argentina,Bolívia,Equador e Venezuela,sofrem com o jornalismo investigativo. E tornam-se vinhos ferrenhos. Chávez proibiu o El Nacional,de publicar fotos agora. Mas este já é um incentivador do alcoolismo para o jornalismo da Venezuela continuar com o cálice. A.A neles.
Nossa democracia e expressão de liberdade,estão embriagadas deste cálice. Quando Chico cantava para sua geração,ele haveria de saber que um bom vinho é o que dita-dura por mais tempo. E o bom humor? O riso de quem tanto ri de nós? Degradar a imagem do candidato ou do partido? Mas qual é o partido que não tem parte no pau de galinheiro? E limpo,não é ser ambientalmente correto. Nós,os ridículos,os degradados do BB,Bozos Brasileiros,é que somos achincalhados. O humor na política não é preciso ser censurado,não precisa de multa e nem tão pouco de revisão em casos de reincidência. Censurar o Congresso Nacional,o Senado e a Câmara,seria uma falta de hombridade de nossa parte. O humor deles é impagável. Tiririca está eleito.
E quando você nota,a opinião de Dilma,participante ativa dos anos militares do país,sobre censura,não emociona nem mesmo a esperança de um preso das FARC. “ Prefiro um milhão de vezes o som de vozes críticas,de críticas duras,de críticas que muitas vezes possam te ferir,do que o silêncio dos calabouços da ditadura”. Ora,Dilma com larga vantagem na corrida presidencial ( populismo de boca seca,quer um cálice?),com dedos e mãos em todo o governo Lula,não sabe da cartilha de censura que o mesmo anda inventando? Será que vai começar o “Eu não sabia, parte II?”
A proporção é muito maior do que tempos atrás. Napoleão Bonaparte,disse que em política,um absurdo não é um obstáculo. O Imperador estava certo. Nossa força impede atitudes que beiram a censura,ao menos no Brasil. Um cálice nunca será um obstáculo para vozes verbais ou berradas por aqui. E de fato,não tem graça nenhuma.Que proíbem mesmo este morticínio de humor. Eu não aceitei o vinho Década de 70, da democracia sugerida. Eu não aceitarei o cálice de sangue,da proposta cartilha. Não farei como Chico Buarque,que quer embriagar-se até que alguém o esqueça. Mas não serei também mudo,ao cheiro de novas safras. Acredite. Enforcar e torturar palavras, manchará de sangue o preto e branco onde as letras descansam. Os governantes sabem que não durará por tanto tempo,este vinho amargo.
Lei 2010: Votos do meu país,de Imperatriz,do Maranhão!Bebam com moderação.
No cálice,jamais.
Phelippe Duarte
Publicado segunda-feira, 30 de agosto de 2010
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Phelippe Duarte
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12:49
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