Publicado  terça-feira, 27 de julho de 2010

METÁSTASE DA CURA


Numa redoma de dúvidas,mora a pior das verdades dúbias. Na imaginação incerta do que vem pela frente,a força é contar com os sonhos perdidos,sabendo que eles nunca serão tarde demais. Isto pode soar até meio poético do ponto de vista literário,mas não é,quando falamos em ciência.E a mesma,avança com dúvidas que tornam-se verdade,em alusão à fé que tanto pede socorro,quando vê que conta simplesmente,com a inovação para sobreviver. Mais abaixo explico,deixe eu continuar minha ternura verbal.
E nas situações em que olhamos no espelho,encontramos uma segunda chance escondida no fundo de nossos olhos,mas quando os fechamos, para um olhar mais ao horizonte,escondemos-nos de nós mesmos,com medo de saber o que a vida,em tese simbólica,já nos disse. Então,juntam-se os cacos,aparecem novas descobertas. O piscar dos olhos não é mais um sono profundo. E o que era tarde demais,vira o amanhecer de um Sol com raios quentes,amarelos e fortes. E a interrogação,volta a ser uma afirmativa.
A ciência corre por fora enquanto a fé separa,na infelicidade de suas diferentes culturas religiosas. Paciente portadores de câncer,buscam a saída na condição de cobaia de novas drogas,que ainda não circulam no mercado,mas já distribuem vida para quem precisa. Li sobre vários casos em reportagem de Veja,mas o que mais me intrigou,foi o caso de Andy Hill,surpreendido com câncer de pulmão em 2009. Em seis meses de quimioterapia e radioterapia,não obteve sucesso. Escondeu-se atrás de sua melancolia,sendo subalterno dos seus pavores e temores,na derradeira coragem de admitir,que estava perto da morte. Não preciso ser parente ou médico para saber. Vi com meus olhos situação parecida. Aos 47 anos,Hill testou uma droga chamada crizotinibe,que bloqueia o gene defeituoso. Em duas semanas, ele voltou a falar. Em três semanas,voltou a correr. Nos meses seguintes,jogava futebol,não tinha mais limitações físicas e afirmou: “ Estou ótimo”. Andy Hill,teve o mesmo diagnóstico do meu pai,Cleonir Ferreira. O que nos ensina,que privilégio é uma palavra rara em casos como este,mas também transforma-se em outras fases de vida,quando acreditamos em uma cura possível na destituição de nossa crença. Privilégio de ter vida,é condição para todos,acometidos de doença ou não. A consciência surrada de esperança e metralhada de devaneios,é que acomoda a fé no peito. Mas é na raça,que se leva uma doença como estas. O caso de Andy Hill,ainda é um misto de ciência e avanço medicinal. O crizotinibe,foi testado em 76 portadores de câncer de pulmão. Em 64% deles,reduziu o tamanho do tumor e conteve o avanço da doença em 90% dos casos. Andy Hill,é raridade nesta ciência que muitos chamam de louca,sem saber o quão a loucura de se ter câncer,é uma insanidade infeliz. A fé,que devolve a sanidade, fica a encargo da família e da pessoa que carrega uma dor que externa em seu rosto.
E na condição de vítima que o ser percebe-se envolto,o espírito conforta-se em uma segunda chance. Ao assinar termos com laboratórios e hospitais,que lhe dão uma nova condição de vida,que é a de ser cobaia,a notícia mais feliz dentro de algo impossível,praticamente,de se ver um sorriso,é de saber que hoje,até para um paciente terminal de câncer,ser cobaia é ser no mínimo,vida novamente.
O julgamento que tenho desta vida é tão simplório quanto pluralista. Vejo um como todos,e todos,como um. Se meu pai não teve uma droga medicinal para renascer,eu tenho a certeza de que nunca houve em sua vida e sobrevida,falta de amor e felicidade.
Que a ciência seja metástase,rumo à cura.






Phelippe Duarte

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