Publicado  segunda-feira, 31 de maio de 2010

O CAÇADOR DE AFEGÃS



No livro o Caçador de Pipas,Amir é uma criança que sonha em ver um Afeganistão diferente,enquanto brinca com seu primo pobre,Hassan,no fundo do quintal de sua casa. O livro,que há um tempo li,mostra um Afeganistão destruído pelas guerras e por suas próprias leis. Amir não viu um Afeganistão diferente. E Hassan,não sobreviveu para ver o falso conto de fadas em que viveria.
O Afeganistão,não se reconstruiu. As guerras continuam. Mas é uma batalha entre mulheres e sociedade masculina. Por lá,está é a divisão correta. Primeiro os homens,depois as...depois ninguém. Mulher é bicho,é lixo,em uma cultura religiosa,fundamentada por homens-bombas. Ser uma mulher afegã é saber que com menos de 16 anos estará casada,será obrigada a ter relações sexuais com seu marido sempre que ele exigir,de acordo com a lei aprovada pelo presidente Hamid Karzai e que,mais tarde,cansará de viver e ateará fogo contra seu corpo. Um inferno que queima aos olhos do mundo e o que se houve por aí, é que devemos respeitar as diferentes culturas. Isto não é cultura. Nem diferente. Diferente é na Holanda,que é liberada a maconha. Eu não respeito.Religião fervorosa dos afegãos,é genocídio,é barbárie. O homem afegão é uma assassino em série,são mutiladores do feminismo. Não são corpos que eles estupram ou obrigam a se queimarem,por estarem cansados de viver.Não são os olhos traçados,que vivem a olhar para a vida,através de pequenos sopros de esperança,a burca.Eles não destroem e corrompem as famílias das mulheres,os pais,que muitas vezes,as vendem pela bagatela de 200 000 afeganes,menos de 5 mil dólares. Os afegãos machos,dilaceram a alma feminina. Chupam a alma do corpo, sugam a voz e uma felicidade que nunca existiu.
No país da chacina, 70% das mulheres ainda usam burca. Veem o que é pra ser visto. 102 escolas para meninas afegãs foram atacadas pelos membros do Talibã,contrários a educação feminina. Mulher se souber ler,pode aprender a soletrar a palavra fugir e rabiscar rebeldia.É bom precaver. 57% das mulheres,se casaram antes dos 16 anos,pois o que importa,é ser uma reprodutora jovem e uma mulher morta,na privação de seus desejos. 87% das mulheres afegãs,experimentaram alguma forma de violência,física,ou sexual. 82% destas agressões,são feitas pelos próprios parentes. Claro. Para os afegãos,é válido o costume que diz,o que se faz em casa se leva à praça. Obrigatoriamente. Entre 2008 e 2009,mais de 80 afegãs cometeram suicídio,não como os nobres,vistosos e inteligentes homens-bombas,que morrem por uma religião falida e pobre de princípios. Mas por que não aguentavam o peso da mão e do corpo autoritário de um país inteiro de machos,comendo a sua vida.
Uma menina,com sobrenome de vítima desde o nascimento,deu entrada na delegacia de polícia com 45% do corpo queimado.A mãe disse que ela tinha se queimado,fazendo chá,mas o cheiro de querosene,espalhava-se por toda a sala. Se tivesse mesmo fazendo chá,seria de veneno para matar o marido,pois era casada havia um ano. Preferiu beber querosene. Mulher afegã,reza para ser prometida a um bombeiro,na infância.
Amir e Hassan,viveram numa época bela em comparação ao Afeganistão de hoje. Onde se caçavam pipas,se caçam mulheres com o rabo cheio de cerol. Onde se brincava nas árvores colhendo folhas de outono,contam-se cadáveres e latas vazias de querosene. O romance não retrata a realidade. Não há vida para as mulheres,apenas dor e sofrimento. Nessa engajada,político de nenhum país se mete. Em briga de afegão e mulher,o mundo até hoje,não meteu o extintor. Não existe amor no Afeganistão.Nem o amanhã.
Phelippe Duarte

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