MATÉRIA- O AMOR

Publicado  terça-feira, 18 de maio de 2010

Texto lido no SALIMP 2009-

Dentro de um profundo sono, tente entender como é chato esse papo de amor. Amor é tudo o que não podemos ser hoje. E hoje era tudo que queríamos ser. Dá pra entender a diferença entre ser e estar nessa colocação? Como eu , como você , como nós podemos olhar para dentro do nosso coração, e tentar entender porque precisamos das pessoas e porque as pessoas precisam da gente? Por que? O amor não é mais o que pensávamos que era...agora é um cara muito puto, que nem pede licença para entrar no coração de outra pessoa. Isso mesmo, ele não precisa de ninguém. E assim construímos uma caminhada meio tosca, meio boba, meio fora do comum. E aceitar ou desaparecer? Não sei, não sabemos. Devemos apenas mergulhar nesse mar profundo que está a nossa frente e correr pra frente, sem medo de achar um amor. Achar um amor? E a certeza de encontrarmos, fica aonde? Não venha dizer que é dentro de nós, porque não é. Se for dentro de nós , já está na privada há muito tempo. O verbo temer é pior do que o verbo partir. Só temos que encontrar nossos sonhos , mesmo rolando a noite inteira no travesseiro e perguntando que horas o sono vem. Sei que é complicado para pensarmos em um amanhecer diferente, em um sonho em que nunca estaremos pulando de corpo em corpo...Mas o ideal seria apenas ser normal. Nada mais do que isso. Deixar as nuances fortalecerem nossos ideais mais profundos, este é o propósito. E onde há propósito em ideais fracassados e despretensiosos...? Pergunta retórica: Há chance de amarmos alguém ainda nesse mundo, sem o propósito da eternidade? Sim, há. Inventaram as paixões, a covardia contra o amor. Porque o amor é abandonado por uma paixão, mas nunca , por nada, abandonaria a sua grande paixão. Entende-se a diferença disso tudo? Não quer dizer que você ama, que você é único. Não é porque é amado, que pode ser pra sempre. A paixão sempre acontecerá, mesmo que por segundos. É importante não se esquivar. O amor não precisa ser testado, mas pode ser uma prova testar-ser para ver se o mesmo merece ir para a segunda fase: Saber se é verdadeiro.

O nosso espírito jovem, nossa cabeça aberta para o mundo, é que ferra com tudo. Hoje, o amor é banal. As palavras que o definem, são banais. É como se os macacos vestissem roupas e escrevessem os livros e revistas do mundo inteiro e os poetas começassem a comer bananas. Os babacas covardes, é que são os verdadeiros detentores do amor. São os que, se provocados, mudam o mundo se preciso, para revolucionar a arte de amar. O espírito jovem fala mais alto quando gritamos com ele. EI , ESPÍRITO SAFADO, ACORDA! É DIA DE GRITAR PARA O MUNDO QUE VOCÊ AMA! Sim, é este o teste. Não precisa de avaliações egoístas por professores idiotas de opiniões formadas por livros de 200 anos atrás. É seguir sua estrada que daqui pra frente, é você e o verbo temer, correndo para fora, para o Sol, correndo por si, conjugando o verbo partir, sem ter que ir embora.

Mas porque não ter que ir embora, quando às vezes você tem vontade de fugir de tudo, fugir do mundo, das pessoas, ir morar com os E.T´S ? Seria mais fácil viver na Lua? Lá tem buracos demais, e já basta o buraco que você se meteu, para pensar em ir embora. Mas lembre-se : No fundo do poço, sempre existe água, sempre. Suja ou não, a sua sede de conhecimento pelo amor, deve vir seguida da esperança de nunca desistir. Nunca. Mesmo as palavras mais chulas que definem o amor hoje, são compostas da veracidade de não desistir de banalizar jamais. Banalizar o amor não é o projeto ideal de vida, existem pessoas que nascem para isso. Fugir de tal obsessão é coisa de maluco. Maluco este, que sonha em ser tratado como tal, porque nem saber conjugar o verbo temer, ele sabe.
Somos uns cagões, na matéria de amar.

Phelippe Duarte

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